Inovador. Esquisito. Diferente. Fantástico. Cada um chama o episódio de uma forma, e eu prefiro me abster de comentários radicais. O que importa é que, de certa forma, “Furt” se baseou em explicações fracas para conclusões fortes – ou vice-versa. A cena de Rachel “dispensando” a ajuda de Santana serviu para que ela depois desse uma cantada no Finn. O pedido de Finn para Kurt, para que ele pudesse ter uma participação no casamento, foi apenas para mostrar que ele queria retomar a liderança. Dentre outras coisas menores.
Algo que também se mostrou presente foram os comportamentos estranhos dos personagens. Sue se mostrando totalmente compreensiva com a situação de Kurt, pedindo demissão em protesto à resolução do Conselho, após ter dito que apenas situações testemunhadas poderiam ser acusatórias. Burt aceitando que Sue chamasse o filho de “moça”. E até mesmo Kurt, aceitando sair do colégio quando Sue se ofereceu a ajudá-lo, Finn prometeu ser seu irmão dali para a frente, todos tentado defendê-lo. Lógico que entendo a situação da personagem, mas havia várias coisas a serem feitas para melhorar a situação.
A parte da Sue querendo casar consigo mesma foi... Meio desnecessária para o enredo geral. Talvez foi apenas uma maneira de introduzir a atriz convidada como sua mãe, porque até mesmo a história de caçar nazistas foi algo totalmente abrupto. Mesmo que as cenas tenham rendido risos e bons minutos de divertimento... Não fluiu naturalmente. A Sue chamando a mãe de “buller”, estratégia para justificar a mudança no pensamento de Sue quanto à situação de Karofsky, também não “desceu”. De qualquer forma, o episódio se centrava mais nas histórias de Kurt e sua família.
O casamento de Carole e Burt, bem como a festa, foram bastante interessantes. Fugiram do convencional, dançando, divertindo-se e esquecendo vários preconceitos. As cenas finais, com o discurso de Finn – e a dança com o Kurt enquanto ele cantava – foram bastante... Bem, deram o que falar.
Agora, a avaliação das músicas do episódio, feitas pelo Gui.
Review das músicas do 2x08 – Furt
Ah, que episódio maravilhoso! Além de boas escolhas, as canções se encaixaram perfeitamente no roteiro. Ohio é interpretada com competência por Carol Burnett e a adições das discussões da personagem dela e de Jane Lynch no meio da música fizeram-na se tornar uma peça única e perfeita para caracterizar o desenvolvimento da história de mãe e filha.
Matthew Morrison canta com sensualidade Sway, mesmo não sendo algo natural para ele, que ainda assim se sentiu em casa com o ritmo cubano importado do México.
Marry You...
e Just the Way You Are foram boas redenções e, embora a primeira tenha suas bases no vídeo viral onde a canção Forever de Chris Brown foi utilizada como tema de entrada de um casamento aliado a uma performance que quebrou os padrões da cerimônia, ficou a cargo da última a performance mais honesta e bela do episódio.
Pontos fortes/curiosidades:
- A cena em que Sue aparece com um vestido de noiva que é uma “customização” das roupas que ela usa como professora de Educação Física. Isso realmente ficou engraçado;
- Artie (interpretado por Kevin McHale) fazendo os gestos característicos da coreografia da cantora Carmen Miranda. Achei relevante pelo fato de que o ator possui uma afinidade com a música do Brasil, e acabou levando isso para a série. Não creio que seja coincidência;
- Finn (interpretado por Cory Monteith) levando à série um pouco do mundo shipper (palavreado utilizado para se referir ao grupo de fãs em torno da torcida por um casal específico) para a série – comentando “Finchel”, “Puckleberry” e “Furt”. O ator Cory Monteith já revelou em uma entrevista que lê fanfictions de Glee.
- A interpretação da atriz que faz a irmã de Sue. Eu realmente acho complicado inserir um ator deficiente com mais idade, mas parece que ela aguentou bem a situação. Digo isso porque não sei se portadores de Down conseguem distinguir bem a interpretação da realidade, e como a cena era algo bastante forte emocionalmente falando... Mas acho que ela foi muito bem.
Pontos fracos:
- Kurt sair sem abraçar ninguém, sem dar explicações mais concretas. A família dele acha que é o melhor para ele, mas acho que algo repentino como aquilo não seria a melhor escolha;
- O jeito forçado com que foi tratada a questão da liderança de Finn. Não acho possível que, coincidentemente, tudo passe a girar em torno de questões que desmoralizem o quarterback;
- De antemão, é previsível que eu também vá dizer sobre os individualismos das personagens Quinn – que mesmo querendo manter-se forte quanto ao pedido de Sam, mostrou que está com ele por interesse – e Finn – que não quis se manifestar em defesa de Kurt.
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