Glee: Never Been Kissed (2x06)

Para quem imaginou que esse momento nunca chegaria… Sim, ele chegou. Durante toda a série, houve especulações sobre a possibilidade de inserção de cenas com beijos entre pessoas do mesmo sexo (e isso já havia sido explorado um pouco com as personagens de Brittany e Santana, mas sem chegar às vias de fato). Dessa vez, além do beijo, foi tratado outro assunto bastante pertinente à realidade dos jovens: o bullying. Dá pra notar que esse foi um dos episódios mais reflexivos até então.

Achei que algumas cenas e acontecimentos ficaram bastante forçados, e, como infelizmente foram muitos, senti a necessidade de listá-los (como fiz no episódio anterior):

- A facilidade com que Puck e Artie conseguiram arrecadar dinheiro durante a música. Aquele foi exatamente o mesmo cenário em que todo o New Directions cantou Empire State of Mind – e apenas duas pessoas prestaram atenção. Como um dueto de reggae faria mais sucesso, e sem nada ter sido alterado na popularidade do glee club?

- O desaparecimento de Azimio. Coincidência? Não. O problema é que ele e Karofsky sempre andam juntos, mas a direção achou que não ficaria legal que o amigo do Karofsky contribuísse para o bullying do último episódio porque isso iria atrapalhar a cena particular do beijo. Como não acharam outro jeito, simplesmente excluíram o Azimio das cenas.

- O susto de Mike ao ouvir Tina falar o nome de Beiste. Afinal, não foi ele que contou para ela, segundos atrás, sobre a técnica utilizada pelos jogadores para acalmar-se durante os “amassos”?

- Kurt chegou à Dalton, e aleatoriamente pediu a ajuda do solista, que o segurou pela mão e o levou de mãos dadas até a sala, onde, de repente, ele começou a cantar e todos ajudaram. Foi tudo tão repentino que me fez reassistir para entender como fora a sucessão dos fatos.

- A proximidade das cenas em que Kurt e Beiste afirmam nunca terem sido beijados – e com as mesmas palavras. Deixou um ar MUITO forçado nas cenas, como se aquilo não pudesse acontecer nem em um milhão de anos.

- O arrependimento de Puck ao reconhecer tudo o que havia feito de errado, todas as mentiras que inventou para parecer durão. Não estou falando da confissão de fragilidade, que foi muito bem-explorada, mas do “é, realmente fugir sem pagar me colocaria em encrenca”.

Não estou dizendo que o episódio foi horrível, pois tiveram coisas realmente boas nele, que, para compensar os pontos negativos, aí vão os positivamente marcantes do 2x06:

- A briga de Kurt e Karofsky, que resultou no beijo. Isso é uma reviravolta imensa para a série, que agora pode tomar novos rumos.

- As cenas em que Sam e Tina pensaram para se “acalmarem”. Foi tremendamente ofensivo para Beiste, mas engraçado para quem assistiu.

- O desabafo de Kurt para Blaine.

- A cena em que Mike completa a fala de Finn, que disse que a culpa era dos garotos; ele diz “E da Tina”.

- A conversa no final entre Beiste e Will, que acaba beijando a treinadora. O interessante dessa cena é que, pela reação de Will, cortam-se quaisquer possibilidades de relacionamento entre os dois, apenas reforçando a amizade.

- A tentativas de elogios que os garotos do Glee tentavam fazer à Beiste foram muito engraçadas. Se Will não tivesse pedido para irem logo fazer o mash-up, poderia sair coisa feia dali.

A partir desse episódio, começo a absorver um pouco do que é realmente a essência do script do seriado: eu era um dos que reclamavam sobre o fato de a direção sempre deixar algum(ns) personagem(ns) de lado em todos os episódios, priorizando exageradamente a história de um em detrimento do outro – e, de alguma forma, a história sempre girava em volta de algo envolvendo Finn e Rachel. Esta última visão foi um pouco desbancada no 2x06, mas a teoria de que alguns são mais lembrados e outros totalmente esquecidos permanece, e com mais força. Dessa vez, Emma nem ao menos apareceu no episódio. Mas não estou mais vendo isso como algo completamente ruim. Glee está tomando um pouco a aparência de LOST, no qual cada episódio girava em torno da história de vida de personagens diferentes. O problema é que há sempre o núcleo Finn&Rachel, fazendo o resto migrar. Mas não é por isso que vou deixar de gostar de Glee, e apenas espero que os próximos episódios sejam cada vez melhores.

Agora, a avaliação das músicas do episódio, feitas pelo Gui.

Review das músicas do 2x06 – Never Been Kissed

Por Guilherme Lukaszewski

Um episódio recheado com três mashup bem elaborados. O primeiro, One Love (People Get Ready), é dotado de uma pura inspiração e o instrumental simples realça as vozes de Puck e Artie de forma a tornar a canção bem atraente. Mesmo assim, a performance de Salling não foi tão eficiente como em Only the Good Die Young no episódio “Grilled Cheesus”.

Start Me Up / Livin’ On a Prayer é contagiante e o desempenho das garotas é digno de nota, não só pelos movimentos, como pela excelente caracterização.

Por último, Stop! In the Name of Love / Free Your Mind foi executada com competência. A coreografia supera a das garotas, mas, em um todo, não é tão envolvente e impecável quanto a apresentação delas.

Teenage Dream, melhor canção do episódio, peca pela estranheza de sua coreografia, mas é uma adição incrível a versão original de Katy Perry. A voz doce de Darren Criss, que interpreta Blaine, soa retumbante através dos back vocais, que harmonizam a canção como em um verdadeiro coral. É bom ver os produtores de Glee se sentindo a vontade para dar o toque da série às covers, saindo do esquema cansativo de “cópia da original.

Como ainda é a segunda review dessa série, ainda estou organizando meu cronograma. Mas, de qualquer forma, pretendo publicar a review sempre nos sábados – ou, no mais tardar, nos domingos.