25 de agosto de 2010

Os Mercenários (2010)

Ah os anos 80 e 90! Se você criança ou adolescente nessa época, com certeza se lembra da época em que sempre passavam filme de ação às segundas-feiras na Tela Quente. Essa geração cresceu vendo Bruce Willis encarnar John McClane explodir o Nakatomi, viu Arnold Schwarzenegger aparecer na pele do T-101 para salvar o garoto John Connor antes de virar governador da Califórnia e assistiu à Sylvester Stallone distribuir socos e mais socos em Dolph Lundgren em seu mais emblemático Rocky. Foi pra você, apreciador da fina arte do cinema de ação que o grande Stallone estrelou, escreveu e dirigiu seu novo filme: Os Mercenários (The Expendables).

A história gira em torno de Barney Ross (Stallone) um ex-militar sarcástico e líder de um grupo de elite de mercenários composta pelo ex-oficial das forças especiais britânicas e especialista em facas Lee Christmas (Jason Statham, da trilogia "Carga Explosiva"), o especialista em combate corpo-a-corpo Yin Yang (Jet Li), o armeiro Hale Ceasar (Terry Crews, o eterno “Julius” de Everybody Hates Chris), o mestre em explosivos Toll Road (Couture) e o sniper Gunnar Jensen (Lundgren). Este grupo é o melhor do mercado e por isso acabam sendo contratados pelo misterioso “Mr. Church” (Willis) para derrubar um ditador em um fictício país sul-americano chamado de Vilena.

Apesar de boa parte das cenas terem sido rodadas no Brasil, é impossível não correlacionar Vilena com a Venezuela. O país sofre com racionamento de energia, água, comida e tudo o mais que for possível. E ainda sim, o General Garza (David Zayas, o Det. Batista de “Dexter”) se mantém no poder e é bastante popular, mesmo seqüestrando e torturando quem é contra seu governo.

“Os Mercenários” têm tudo o que um filme de ação a moda antiga precisa. Tiro, explosões, mulheres bonitas, e uma trama simples mais que ainda sim consegue manter a atenção. O elenco forte, composto pelos maiores nomes do gênero, garante um bom rendimento da película. Mickey Rourke (Indicado ao Oscar por “O Lutador”) rouba cena como o tatuador e gerente operações Tool. Ele aparece pouco, mas tem as melhores falas.

Antes mesmo de estrear, o filme já se envolveu em polêmicas. Stallone falou um pouco demais na Comic-Con e acabou ofendendo o Brasil. A imprensa americana não levou muito a sério, entretanto, os jornais e os meios de comunicação brasileiros ficaram extremamente irritados com a piada de péssimo gosto de Sly. Tanto que o termo “Cala Boca Stallone” virou o trend topic nº 1 no dia do incidente.

Além disso, a produtora O2 Filmes alega que não recebeu os US$ 2 Milhões para pagar atores e figurantes que participaram das gravações no Rio de Janeiro. A Nu Image, uma das empresas por trás da película afirma que o pagamento foi realizado, mas que a direção da O2 teria desviado o dinheiro para o caixa da empresa.

Como já foi dito, a história é simples, não vá ao cinema achando que a roda vai ser reinventada ou que irá ver uma revolução na maneira em que os filmes de ação são feitos. É uma película para entreter e não para pensar e repensar em questões existenciais, sobre a situação da America Latina ou qualquer outra coisa de gênero. É ação pura e despretensiosa. (Ou seja, se você for daqueles que acha que o Rubens Ewald Filho é quem realmente entende de cinema, nem pense em ver “Os Mercenários”)

Alguns personagens ficam subaproveitados, mas isso é algo comum quando se junta um elenco repleto de estrelas. A única bronca fica por conta de Jet Li. Mesmo fazendo uma ótima dupla com Crews, Li tem potencial para muito mais do que apenas alívio cômico. As habilidades marciais do chinês poderiam ter sido melhor utilizadas, especialmente em alguma seqüência que envolvesse um combate sem armas de fogo. Não precisava ser muito elaborado, só para mostrar que não é necessários pistolas e explosões para uma boa luta. O mesmo pode ser aplicado para Couture e Statham. É só jogar o nome deles no You Tube para ter uma noção do quanto esses dois entendem de artes marciais.

A trilha sonora é um show a parte. Rock do começo ao fim. Guitarras e baterias para todos os lados. O espectador fica realmente envolvido e as músicas se encaixam perfeitamente nas cenas.

“Os Mercenários” estreou no dia 13 de agosto e foi o filme mais assistido nas salas de cinema norte-americanas, batendo o drama “Comer, Rezar, Amar” com Julia Roberts, a comédia “The Other Guys” do careteiro Will Ferrell, e o mamãe-quero-ser-cult “Scott Pilgrim vs. the World” com Michael Cera. Segundo o IMDB, a película arrecadou US$ 34,8 Milhões em apenas um final de semana de exibição, nada mal para um filme que foi chamado por muitos críticos como um “Cemitério de Elefantes dos heróis de ação”.

3 comentários:

  1. Q review SHOW, Jão! Completíssima, cheia de detalhes, curiosidades e referências!

    Eu ri demais do "cala a boca, stallone" (fato q merecia mesmo), do Rubens Ewald Filho e do "mamãe quero ser cult" :lol: !

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  2. Excelentíssima review!!!

    Eu por incrível que pareça sou muito, mas muito fã do Stallone e isso foi uma influência do meu namorado! Assisti Rocky e Rambo com ele, Sou fascinada pelo Statham que consegue fazer você perder a respiração com uma história sem nada demais além da ação, tiros e pontapés. E estou louca pra assistir esse "Os Mercenários". Posso dizer que muito mais agora com essa recomendação sua.

    E ri demais com a alusão ao me-acho-sabichão-quando-sou-um-idiota Rubens Ewald Filho e com o "mamãe quero ser cult" :lol: Parabéns Jão!!!

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