9 de fevereiro de 2011

Glee: Sue Sylvester Bowl Shuffle (2x11)


Pressinto que terei de assistir o episódio mais vezes, somente para me recordar de tudo o que aconteceu de marcante no retorno de Glee do hiato. O episódio especial, exibido no domingo após o Super Bowl, evento estadunidense de grande importância.


Pois bem: Glee pode até ter tido o apoio do público espectador do Super Bowl para alavancar a audiência, mas o 2x11 certamente teve seu brilho próprio. Questões shippers à parte, foi o episódio de Glee em que tudo o que a direção sabe fazer de melhor veio à tona. Redenção, emoção, perdão, união, separação... e confusão, óbvio. Glee não é Glee sem confusão.

Achei interessante a ênfase que quiseram dar no loirinho amigo do Karofsky – será que é alguém que eles querem inserir na série como personagem? Como é mesmo o nome dele?

A única coisa que não gostei muito foi da repetição de um tema já utilizado antes: o time de futebol dançando para ganhar uma partida. Lembram de Single Ladies? Pois é. O problema é que ninguém no episódio lembrou, como se aquela fosse a primeira vez que os caras iriam dançar. Mas isso não chega a ser um defeito, eu acho.

Algumas intertextualidades musicais – coisas que talvez os espectadores de Glee não saibam:

- As faíscas saindo dos peitos falsos são uma maneira pirotécnica de homenagear o clipe de Katy Perry, cuja música era a trilha da performance das Cheerios naquele momento;

- O “tik tok” ao qual Puck se refere é uma piada usando o nome da música mais conhecida da cantora Ke$ha;

- “A rotina será Boom Boom e não Pow”. É uma alusão ao single Boom Boom Pow, dos Black Eyed Peas. Sue ainda vai além, dizendo que isso é tão 2000 ou menos, como em um trecho da música (“You’re so 2000 and late”) .

Partes que considerei... Engraçadas:

- Santana batendo na cara de Brittany com um filé de frango. Sem mais explicações;
- O erro do tatuador, complicando a situação de Sue;
- A explosão da boneca dentro do canhão;
- As frases marcantes da Lauren, sedenta por luta;
- A pergunta “Quem é Judy?”, quase no início do jogo.
- Porque o time de hóquei usa aqueles cabelos estilo Mel Gibson nos anos dourados?

E mesmo com a volta de Glee sendo estrondosa e animadora, os pontos fracos ainda estão lá. Menos que os pontos fortes, mas estão. Então, vamos às “fraquezinhas” do episódio:
- Mais uma vez, eles utilizaram uma música oficial em Glee. Da outra vez foi Single Ladies, que entrou na lista de músicas de Glee e tudo mais. Será que a Katy não liberou essa?
- Como Brittany sabe qualquer coisa decorada se ela nem sabe que o próprio nome não tem a letra M?
- Alguém parou pra pensar que se uma Cheerio morrer, a Sue não ganha o campeonato? Pelo contrário! Não achei essa premissa válida, foi um argumento furado pra manter uma certa tensão entre as Cheerios e o Glee Club.

E, bem... Os pontos positivos:
- As brigas. Sempre tem que ter brigas, e gostei da quantidade de lutas, pega-pegas e puxações de cabelo que tivemos no episódio (inclusive as garotas querendo se intrometer na segunda briga);
- A ideia de unir o time de futebol e o Glee de uma só vez. Não foi muito... inovador em um contexto geral, mas muito bom para a necessidade do episódio;
- Quinn sempre mostrando que tem um coração bom. A parte vulgar e egocêntrica do início da temporada parece ter realmente sido deixada de lado;
- O ataque de ódio da Sue. Foi fantástico;
- O trocadilho “então ponha mais “vida após a morte” nisso, que Will faz quando Karofsky faz uma piada;
- A decisão das garotas de largarem as Cheerios para permanecerem com o Glee;
- Os últimos quinze minutos de filme (fora o finalzinho, que depois explico), em que acontece a performance de Thriller/Heads Will Roll, a volta dos Titans à coreografia, o retorno de Karofsky e das Cheerios... Mas, além disso, o momento em que eles começaram a gritar “Brains, Brains, Brains” foi surreal e estremecedor. As cenas da vitória em câmera lenta... Tudo.

Menos... O Karofsky recusar a oportunidade de ser alguém legal. Tudo bem que ele é alguém cheio de problemas de autoaceitação, preconceitos, bloqueios e tudo mais, mas não se faz esse corte brusco com um personagem que havia encontrado a luz no fim do túnel. Ele parecia ter, enfim, entendido que estar no Glee é algo bom, mas no final ele ferra com tudo, e do nada. Não pareceu fluido para mim.

Algumas referências visuais, como a menção da série One Three Hill, o trecho de um desenho do Gato Félix e o comentário sobre um vídeo do Youtube (que realmente aconteceu, e cujas estatísticas são reais) também estiveram presentes, além da participação de Kate Couric no final, quando mostra que Sue perdeu a competição.
Agora, a review das músicas.

California Gurls

Como já disse, foi utilizada a versão original, cantada pela Katy Perry (embora eu ache que ficaria muito sexy se Brittany, Quinn e Santana dividissem os solos). E não sei o motivo, já que ela liberou outras músicas para regravação, como Teenage Dream, I Kissed a Girl e Firework. Mas, como isso já aconteceu, não posso reclamar de nada.

A questão é: não entendi quando Quinn disse que aquela coreografia era a mais elaborada de todas. Os passos foram tão simples, não chegam aos pés da coreografia que fizeram para a música 4 Minutes. Talvez a ousadia com o fogo e as bikes, tudo bem... Mas enfim, acho que é só uma tradução ruim. Falando em ruim... Acho que todos notaram a quebra brusca entre “(...)to the Golden Coast” e “California Gurls, we’re(...)”. Eles poderiam ter feito algo menos parecido com uma falha de exibição.

Need You Now

Impressionante como Glee consegue músicas tão recentes, que acabaram de estourar nas paradas. A performance foi ótima, e ver a Beiste mexendo os lábios para acompanhar a música foi muito legal. Só não gostei do exagero de olhares furiosos de Puck para o pessoal, o que foi totalmente desnecessário. Não sei dizer qual versão ficou melhor... Para mim, as duas se igualam após pesarmos os prós e contras.

She’s Not There

Uma coisa que eu não posso deixar de falar é que eu achei absolutamente forçada a maneira como o episódio chegou a essa música – simplesmente fazer um aquecimento com outra música para que eles “se preparassem” melhor para o dia do campeonato. Mas, quanto à música... Achei perfeita. Muito bem executada, com um instrumental potente mas que fez menção à versão antiga. Nem vou comparar qualidade de áudio, mas a voz do Cory (Finn) é muito melhor que a do vocalista dos Zombies no quesito força – porque o original faz falsete o tempo inteiro, e o backing é meia-boca. E quanto à coreografia... Bem, são Zumbis (e vale ressaltar que a brincadeira com o nome da banda foi bem interessante), então não poderia haver nada muito elaborado – embora eles já tivessem mostrado que sabiam dançar muito bem quando arrebentaram no Single Ladies.

Bills, Bills, Bills

Ok, para começar, temos que lembrar que essa música é das Destiny’s Child. E ele cantou sem nenhuma alteração na letra. Bem... Resumindo, ele falou de dependência de um cara que tava começando a ficar folgado e gastar o dinheiro do namorado. Isso foi bem tenso. Sem homofobia nem nada, mas não entendo a inspiração para escolher logo essa música. E tem umas horas que o Darren (Blaine) faz uns trejeitos muito engraçados, como se reproduzisse os tiques de cantoras de R&B.

Agora, uma coisa que deixou curioso: aquele bipezinho agudo... Será que é aquele cara mesmo quem faz (o que coloca o dedo no ouvido e faz careta)?

Thriller/Heads Will Roll

A música da noite. Maquiagem, coreografia, vozes, cenário, tudo executado quase perfeitamente. A voz de Santana eletrizou a parte do Yeah Yeah Yeahs, e Artie cumpriu muito bem o solo de Thriller. Bem até demais, com aquela coisa toda na boca – eles não pensaram que isso atrapalha a pessoa na hora de cantar? E o que aquela banda marcial está tocando? Eu só ouço batida e samplers eletrônicos.

Enfim, foi um episódio ótimo. Fantástico. Se todos fossem assim daqui para frente... Ah, o que seria de Glee.

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